Wednesday, December 06, 2006

Junknet

Desdenhando a mão direita, fazia a coceira com a gauche ante o seu sexo. A mão direita na verdade possuía um valor de mouse, um dedo para hipertextos em fluxo. Olhou por onde sempre olhara, dentro recorrendo remoendo por dentro da fechadura a qual o olho se esbugalhava em texturas, em ventre, em sinapses em acordo de desordem, sentia o cheiro de sua carne de fantasma. Sem corpo, apenas em imaginação condensada em virtualidade; tudo se pode e deve-se, voyerismo e masturbação. Onde toda ingenuidade se perpetuava no nascer ou morrer do dia pela luz que se desfazia em graus, contrastes: um sol matutino ou uma lua cheia vespertina? Calado , sereno por um nouvelle romance que se surta num céu de serpentinas de papéis coloridos, um amontoado de gente parte pra defronte a catedral , e quanto mais mirava os olhos aguço pela pirotecnia do espaço, dava-se a entender que o nativo antropofagiou o estrangeiro, que não mais seria nativo , nem estrangeiro, e sim o processo que rumina ele como um dis-sonar de re-significâncias. E não se preocupou mais com os espelhos, quebrou todos que existiam dentro, abrigando um refletir entre os cacos de vidro entrelaçados, o eu em facelas, em espectro refutando o divã e o narciso. Sede e gozo.

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